terça-feira, 11 de novembro de 2008

Visões, Ozônio.

Cara, isso já ta no meu computador há 3 anos. A história original não se compara em nada com a atual. Talvez, apenas, o nome da antagonista que continua o mesmo. Já possuo até o capítulo 6. É bem extensa. Interessante que já tenho pronto na cabeça há meses, mas não escrevo. Tenho medo de esquecer. Algumas pessoas que já leram, acharam bem interessante, mas preciso de uma segunda opinião. Uma opinião sincera e de preferência de alguém que eu não conheça. Queria saber sobre a maneira de escrever, se não está uma leitura cansativa, se não está muito confusa, e coisas do tipo. :D Se quiser uma sinopse, perdão. Mas EU não consigo fazer uma sinopse da minha própria criação.


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Cap. 00

Cassus.

           

            As pessoas acreditam que se pudéssemos ver o futuro evitaríamos muitas coisas, poderíamos ser mais felizes. A idéia de prever o futuro vem desde os tempos antigos, talvez da época em que gatos eram considerados sagrados e você ainda não tinha atum em lata. Povos antigos acreditavam poder ver o futuro, mas no máximo conseguiam prever a próxima chuva que acabaria com a plantação. Talvez olhar para as estrelas e prever os dias seguintes seja tão eficiente quanto colocar o dedo na tomada por instinto de sobrevivência.

            Sonhos também podem revelar o futuro. Dependendo do sonho, você pode sonhar com sua vizinha feia fazendo um “strip”. Nem por isso se tornaria realidade. O que ocorre é que muitos tentam provar esse dom (ou carma?). Talvez seja verdade, talvez não, mas e se realmente pudéssemos ver o tal futuro que nos espera? Talvez você se sentisse mais aliviado sabendo que iria morrer de forma violenta e dolorosa, não?

            A principal questão é: E se pudéssemos ver adiante, poderíamos evitá-lo? Ou a vida é um destino traçado que é escrito assim como você nasce? Poderíamos comparar a vida também como uma areia da beira do mar, algo é escrito e de acordo com as atitudes tomadas, pode vir uma onda e apagar aquele tal destino.

            Podemos também comparar o futuro com uma montanha russa, subidas e descidas. Tudo bem que isso não tem muito a ver, mas podemos dizer que toda subida que você realizar agora, mas à frente terá a queda. Isso pode ser apenas a aceleração da gravidade que atua em nossos corpos, mas a verdade é que tem um pouco de fundamento, diferente das épocas das latinhas de atum, que se acreditava poder ver o futuro em estrelas, búzios, mãos, cartas (será que ainda acreditam nisso?).

            A questão mais convincente é a dos sonhos, que pode ser explicado como uma espécie de “dejavu”, algo que está acontecendo no momento e você jura ter vivido antes, sendo a mesma possibilidade de você ver uma água-viva andando no meio do asfalto. A explicação sobre essa tal “loucura” humana é que sua memória armazena informações e ora elas podem ser confundidas e trocadas, dando a impressão de já visto, que se não me falha a memória é justamente a tradução ao pé da letra da expressão francesa. A resposta pra isso está no cérebro, um órgão relativamente interessante. Alguns cachorros chegam a 80 de QI! Nossa... algumas pessoas que eu conheço perdem é feio nesses testes.

    A questão da possibilidade de uma visão totalmente bem sucedida é mínima. Talvez tenha alguma coisa a ver com mutações genética, ou energias “positivas” e “negativas”, ou mesmo uma seleção natural. Na verdade isso está mais pra uma seleção “não-natural”.

 


 

Cap. 01

Primoris Contactus.

 

 

             EM ALGUM LUGAR DO PASSADO, mais precisamente no vilarejo de Silves localizado no distrito de Faro situado em Portugal, Marle está na margem do rio Arade.

Silves foi, há algumas décadas, conquistada dos muçulmanos pelo império português e logo se tornou a capital da região de Algarve. O rio Arade que passa vizinho a cidade é uma importante rota de comércio do estado.

Sem nada de mais interessante para fazer, Marle fica em pé olhando para o rio vendo seu reflexo, garota jovem, cabelos castanhos compridos, lisos e macios, olhos azuis com ao redor da pupila cor de mel, lembrando um sol em um céu limpo, pele branca comum às portuguesas, estatura relativamente alta principalmente comparada a de suas conterrâneas do século XIV. Sua face na água, um pouco distorcida por causa da correnteza, revela um traço marcante no rosto, não de alguém com coragem, mas sim de alguém no qual se preocupa com o próximo e que faria de tudo para protegê-lo. Ela quase todos os dias vem à esse mesmo local a beira do rio para poder refletir, e neste exato momento está longe, pensando em algo que há muito tempo não sai da sua cabeça. Sua reflexão é interrompida por Guido, chamando pelo seu nome.

            Marle...’- Ele é um rapaz que aparenta ter a mesma idade dela, possui cabelos castanhos claro um pouco grandes fazendo uma franja até um pouco abaixo da sobrancelha, seus olhos são bem escuros, mas brilhantes, pele morena, percebia-se logo que ele não é natural daquela região. Seu corpo não é nem musculoso, muito menos gordo, possui uma anatomia ótima para velocidade. Sua expressão transmitia um ar sério, senão, mal-humorado.

            Guido! Aconteceu algo? Você está com uma expressão séria... Está bem, você sempre está sério, mas dessa vez está diferente...’ – Marle vira o rosto em direção a ele.

            ‘Acontece que eu não consigo achar a Aya, já procurei em todos os locais.’ – Guido vira seu rosto olhando em volta.

            ‘Bom, Guido, o vilarejo não é grande, mas você veio de outra região, ainda não deve está familiarizado com o local. E porque você quer tanto achar a Aya?’ – Ela se aproxima de Guido tentando fazê-lo concentrar-se em suas palavras.

            ‘Estava a caminhar, quando escutei alguns a dizer que uma pessoa está presa por roubo na propriedade do castelo.’ – Guido olha diretamente nos olhos dela.

            ‘E você acha que foi a Aya quem cometeu este roubo?’

            ‘Quem mais roubaria melancias?’

‘Meu Deus... Guido, nós vamos até o calabouço, temos que tirá-la de lá’ – Marle sai correndo em direção ao centro da cidade, puxando Guido pelo braço.

            Os dois saem correndo pelas ruas da cidade, esbarrando em algumas pessoas no caminho. Logo, eles chegam à entrada do castelo localizado no norte da cidade. Eles entram e Marle se aproxima do guarda responsável.

            ‘B-Boa tarde, nós estamos aqui atrás da garota que foi presa por roubo.’

            ‘Vós a prendestes aqui?’ – Guido chega após, questionando o guarda

            ‘Estás a falar da garota que roubou a horta do castelo?’ – Fala o soldado com a face não muito amistosa.

            ‘Sim, essa mesmo. Ela está?’ – Marle tenta obter alguma informação.

            ‘Está e ficará até amanhã pela manhã. O ducado pode ter acabado, mas ainda temos o dever de manter a ordem em Silves’ – O guarda senta em um banco.

            ‘Podemos falar com ela hoje? Uma visita...’ – Suplica Marle

            ‘Abrirei excepção para vós, mas apenas porque ela não cometeu um crime muito grave’

            O guarda levanta e pega um molho em cima da mesa e pede para que os dois o siga. Ele abre uma pesada porta de ferro e desce uma escada em espiral até o andar debaixo. Ele segue até a segunda cela e abre, dentro está Aya deitada no chão abraçada a uma melancia. Aya possui os olhos azuis escuros, diferentes dos de Marle que são da cor do oceano, os cabelos lisos e compridos até o busto, os de Marle só vão até o ombro, de cor um pouco estranha é algo parecido com um lilás, Marle se não soubesse que aquilo é natural, diria que é tintura. Seu rosto é macio e delicado, sua expressão dá uma sensação de inocência apesar de todo o seu corpo transmitir exatamente o contrário.

            Aya! Larga essa melancia!’ – Marle dá um grito.

            ‘Esse foi o motivo no qual resolvemos deixá-la presa até amanhã, tentamos de todas as formas fazê-la largar a melancia, mas parece algo impossível’ – Fala o guarda mais à vontade.

            ‘E vou continuar sem largar. “Malancias” estão extintas. Algum ser maligno deve está acabando com todas’ – Fala Aya levantando-se.

            ‘Vamos Aya, largue essa melancia para nós irmos.’ – Guido se aproxima de Aya.

            ‘É, Aya

            ‘Mas... e minha “malancia”?’ – Aya faz uma cara de choro.

            ‘Nós procuraremos outra, mas, por favor, larga a porcaria desta melancia’

            Aya, nós não temos o dia todo’ – Marle muda a voz.

            ‘Tá.. Eu largo, mas a gente tem que procurar uma ainda hoje’ – Aya solta a melancia e todos sobem para o andar onde está a saída. O guarda faz uma observação.

            E vós dois, não quero mais saber de outro problema envolvendo essa garota estranha. Estais a ouvir?’

            ‘Certo, tu não verás mais essa garota metida em nenhuma confusão... Eu espero’ – Guido fala, saindo da sala do castelo.

           

OS TRÊS SE DIRIGEM CALADOS à cidade, até que Aya quebra o silêncio, perguntando a que horas iriam atrás da melancia, mas nenhum dos dois responde. A cidade está muito agitada devido aos preparativos da Feira que ocorrerá em breve, e sendo seu retorno, a preocupação é ainda maior. A Feira sempre foi realizada pelo ducado da cidade, mas desde que foi extinto parou de ser organizada, esse ano vai ocorrer com ajuda da Igreja da Sé de Silves. A Sé foi construída em estilo gótico, comum a todas as igrejas medievais, seu atual administrador é o pároco Lacerda. No meio da movimentação da Praça de Silves, um garoto aparentando ter oito anos de idade vem correndo em direção a Marle, chamando pelo seu nome.

            ‘Tia Marle..., Tia...’ - o garoto para na frente dela e pôs as mãos nos joelhos respirando fundo. Ele deve ter corrido a cidade toda atrás dela.

            ‘Olá, João. Aconteceu algo?’ – Marle se agacha.

            ‘Não tia, é porque a Senhora Sophia pediu para avisar-te para ir a casa agora’

            ‘Obrigado, João, pode ir brincar’ – Marle se vira para Aya e Guido. – ‘Vamos lá a casa, mamãe está a me chamar, deve ser algo importante’

            Os três caminham em algumas ruas até o lado leste, a sé ficava a oeste da cidade. A casa de Marle não é luxuosa, mas também não é pobre. Seu aconchego é ótimo se comparado ao restante da população portuguesa. A vida de Sophia e Marle em Silves, sempre foi apertada, mas nunca a ponto de ser sofrida. Marle entra na casa e corre para abraçar sua mãe que está escorada em uma mesa. Em cima da mesa há um pacote que Marle nunca tinha visto, mas releva falar algo sobre.

            ‘Mãe, deixa eu lhe apresentar o Guido, aquele rapaz de Braga no qual lhe falei’ – Marle vai até onde Guido está e o puxa pela mão até Sophia.

            ‘Boa Tarde... Meu nome é Guilherme Fernando Andrade Ferazza Sauvage de Guimarães, sou natural de Braga, minha família é aspirante a receber um título de ducado, devido sua enorme permanência em Braga, que pode ainda demorar muito. Mas eu decidi vir morar aqui em Silves.’

            ‘Bom rapaz, Sophia Sequeira Navarro, mas use apenas Sophia, sem nenhum tipo de cerimônia, ou até mesmo, Tia, como faz Aya. Tu és um rapaz muito corajoso, vir do norte de Portugal até o sul, por acaso aconteceu algo lá?’ – Sophia sempre foi inconveniente no aspecto de passado das pessoas.

            ‘Talvez sim, mas é algo que não quero falar...’

            ‘Foi um prazer conhecê-lo. Marle, tu sabes que amanhã é teu aniversário, não é?’

            ‘Claro, mãe’

            ‘Pois bem, aqui está teu presente’ – Sophia pega a caixa e abre. Dentro está um colar com uma jóia vermelha, um diamante. O desenho da pedra é estranho, foi lapidado com várias pontas, lembrando bastante uma figura geométrica. A jóia não era grande, não chegava a ser maior que um polegar. Marle ao ver o colar abre um sorriso imenso e seus olhos se enchem de lágrimas. Ela pega o colar e coloca em seu pescoço e Sophia a ajuda.

            ‘Mãe, onde a senhora conseguiu esse colar? É diamante. Parece ser caro...’ – Marle hesita por um instante – ‘Não me diga que gastou dinheiro à toa com ele...’ – Marle muda a expressão do seu rosto. Sophia sorri e fecha os olhos pegando nas mãos de Marle.

            ‘Não se preocupe, minha filha. É um presente que eu tenho guardado pra ti desde que tu nasceste.’

            ‘Mãe... Eu te amo!’ – Marle pula nos braços de Sophia e deixa uma lágrima escorrer pelo rosto.

            ‘Tia? Tem “malancia” na dispensa?’ – Aya interrompe o momento. Marle solta Sophia e vai para perto de Aya.

            ‘Está certo, Aya, vamos atrás de melancia’ – Marle volta a Sophia – ‘ Mãe, nós três iremos atrás de melancia para a Aya, hoje ela se envolveu em uma enorme confusão por causa disso.’

            ‘Certo, mas vós sabeis que não é fácil achar melancias nessa época do ano, elas costumam brotar entre Novembro e Junho’

            ‘Preocupa não tia, a gente vai achar um pé de melancia’ – Fala Aya colocando a queixo sobre o ombro da Marle – ‘Elas estão extintas, mas vamos achar’

            ‘Pé de melancia? Mas são plantas rasteiras...’ – Sophia faz uma cara de desaprovação.

            ‘Vejo logo que você não entende nada de plantas... Aiaya...

            ‘Crianças...’

Após alguns minutos os três saem da casa e entram em uma rua que termina no portão leste da cidade. Ao chegar lá, Marle escuta a voz de sua mãe e olha para trás. Sophia vem correndo e gritando pelo nome de Marle, a expressão no seu rosto é de espanto. Ao se aproximar uma pessoa surge entre elas vestindo uma capa preta, segurando uma espada. Sophia pára de correr e encara o ser estranho.

            ‘Mãe... Mãe... O que está acontecendo? Fuja...’

            A pessoa que porta a espada levanta e crava na barriga de Sophia. Ela por sua vez, permanece em silêncio. O ser retira a espada. Sophia cai de joelhos olhando para o rosto de Marle.

            ‘Mãe...’ – Começam a cair lágrimas em seu rosto. Ela tenta correr, mas fica paralisada, ao olhar para trás, nota a falta de Aya e Guido, e vê um vulto segurando seu corpo.

            ‘Marle... Marle...’ – Sophia diz ao longe dela. Marle fecha os olhos sonolentos. Quando abre, está deitada no chão, Guido está com as mãos nos seus ombros tentando reanimá-la. Ela se levanta repentinamente e pergunta o que aconteceu.

            ‘Do nada, tu paraste e fechaste os olhos, depois começaste a chorar e gritar para trás. Antes que caíste, eu te aparei’

            Marle nada comenta sobre o acontecido, apesar de Guido não parar de perguntar a ela se está bem. Por sua vez, Aya nem parece ter dado conta do incidente. A mente de Marle fica totalmente transtornada, não era a primeira vez que acontecia algo parecido, mas fazia muito tempo que ela não tinha aqueles sonhos, e o que mais deixava preocupada era que quando criança, esses sonhos sempre aconteciam na vida real. Seria tal tipo de poder oculto? O estranho é que Marle sabe que ela tem um poder a mais, uma espécie de sentido no qual ainda não tinha dominado. Guido fica muito preocupado com a maneira que ela leva aquele seu comportamento e decide ficar o máximo possível perto dela. Ele não é natural dali. Faz uns seis meses, ou mais, que ele se mudou pra lá, conhece Marle a quatro, mas ainda assim não saberá reagir se ela tiver outro surto desse. Após um pequeno período de caminhada, Marle pede para parar um pouco, pois ela está com dor de cabeça. Guido pergunta se ela não quer voltar pra casa. Marle responde que não.

3 comentários:

Line 17 de novembro de 2008 às 22:21  

Bem...
Pera aí...
Quer dizer que minha opinião não valeu em nada...não é pq spu sua amiga,que não vou ser sinceraa...
Tb num falo mais nada u.u
*momento de revolta*hihihihihi!
Preciso dizer que te adoro?!
Ih...disse!o/

Vanessa Kayren Araújo 26 de novembro de 2008 às 13:26  

Nossa! Amei a Sua história carinha ^^
muito massa mesmo =D
está quase perfeita viu? vc esta no caminho certo ^^

Um beijo
o/*

Muni 1 de dezembro de 2008 às 10:05  

aeeeeeeeee, finalmete li o primeiro capítulo ^^
gostei, vc dosou bem a realidade com o "fantástico" (eu definitivamente não conseguiria fazer isso xD)
pow, se vc tem aé o capítulo 6, POSTA, cara!!!
portugal... utz, isso é interessante o.O tem q ter mta imaginação e paciência pra arranjar tanto sobrenome diferente xD
teh +
o/*
.moony.